Um sistema complexo é composto de partes interconectadas em que o todo do sistema exibe uma ou mais propriedades não existentes nas partes que compõem o sistema. Em outras palavras, um sistema exibe complexidade se tem propriedades, ou características, que surgem a partir das interações locais operantes entre um grande número de componentes que não são encontradas nos componentes individuais do sistema. O surgimento de propriedades que são resultado do comportamento agregado de interações individuais define o fenômeno denominado de emergência. Assim, em cada nível de complexidade propriedades inteiramente novas aparecem, ou emergem, do coletivo que gera o sistema.

Exemplos de sistemas complexos para os quais modelos foram desenvolvidos incluem, entre outros, o clima, a Internet e a sociedade humana, sua economia e estruturas sociais. Do ponto de vista de modelagem, como sistemas dinâmicos não lineares não estão sujeitos ao princípio da superposição, ou seja, o todo não pode ser entendido como a soma das partes, sistemas não lineares estão entre as ferramentas preferencialmente escolhidas para estudar tais sistemas. O estudo e modelamento de sistemas complexos é chamado de ciência da complexidade.

O estudo da sociedade humana do ponto de vista da ciência da complexidade é altamente interdisciplinar, onde a física estatística e sistemas dinâmicos não lineares têm um papel muito importante, contribuindo tanto nos conceitos como nos métodos formais. Tal estudo deu origem à econofísica, definida como uma nova área interdisciplinar de pesquisa na qual conceitos e técnicas de análise usualmente utilizados na descrição de sistemas físicos são aplicados para investigar os problemas econômicos e financeiros. A economia humana pode ser vista como um sistema complexo, cujo estudo é multidisciplinar. Em particular, fenômenos econômicos como, por exemplo, o colapso (crash) de um mercado acionário, o padrão de distribuição de renda em uma população ou a distribuição do tamanho das cidades surgem como uma consequência emergente do agregado de resultados individuais. Sob essa perspectiva, a econofísica pode ser vista como uma especialidade interdisciplinar pertencente à área geral de sistemas complexos.

A palavra econofísica foi cunhada em meados da década de 1990, época em que vários físicos que trabalhavam em física estatística começaram a aplicar seus métodos para estudar dados financeiros. Posteriormente os temas de pesquisa em econofísica se ampliaram, passando a incluir fenômenos econômicos mais gerais. Assim, a física estatística teve um papel inicial muito importante na descrição desses fenômenos, contribuindo tanto nos conceitos como nos métodos formais. No entanto, outras ferramentas da física tem sido cada vez mais utilizadas na caracterização dos fenômenos econômicos, como por exemplo, a mecânica clássica, dinâmica de fluidos e mecânica quântica.

Sistemas complexos e econofísica são hoje áreas de pesquisa consolidadas. Vários jornais científicos têm sessões dedicadas a essas áreas interdisciplinares e suas aplicações, onde artigos arbitrados de pesquisa são publicados regularmente. Esse é o caso dos jornais "Physica A" e "European Physical Journal B". Há na Internet fóruns de discussão, informação e debate de temas atuais em sistemas complexos e econofísica que contam com a participação de pesquisadores ativos na área, além de informações sobre congressos internacionais. Dentre estes vale mencionar o "Econophysics Forum" e a "Complex Systems Society", onde pode ser encontrada vasta quantidade de informação nesses temas.